Capa do livro. Foto da própria editora.
Inicio o blog comentando um livro que nos encantou: “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, de Roald Dahl, edição “pop-up”. O livro apresenta uma versão resumida da história que já foi levada às telas duas vezes. A Si assistiu a última versão, dirigida por Tim Burton, com Johnny Depp no papel do dono da fábrica. Na web circulam memes com o Willy Wonka da primeira versão, interpretado por Gene Wilder.
Roald Dahl (1913-1990) é autor de outros livros infanto-juvenis, entre eles “Matilda” (que também virou filme) e “O BGA”, além de possuir obras destinadas ao público adulto. As histórias deles, mesmo as dedicadas às crianças, são carregadas de um humor, como direi, “estranho”. Sim, é no mínimo estranho imaginar uma criança mimada sendo jogada no lixo por esquilos e outra, gulosa, se afogar em um rio de chocolate. Fora as peripécias de Matilda e os “castigos” aplicados ao pai, que ficam para um post futuro. Mas são justamente essas “estranhezas” que encantam as crianças.
A criança “estragada”.
Em “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, o dono de uma famosa e misteriosa fábrica de chocolates realiza uma promoção que garante às cinco crianças ganhadoras o direito de visitá-la e, ainda, receber vários prêmios. Para isso, é preciso encontrar o “Cupom Dourado” em uma das barras de chocolate. O grupo de crianças é constituído de personagens estereotipadas: a riquinha mimada, o gordinho guloso, a competitiva, o viciado em televisão e, por fim, o bom menino. O perfil de cada criança determina o seu destino. Assim, as crianças que não são “boazinhas” acabam mal e o “bom menino” recebe o prêmio máximo e ainda pode ajudar a família.
As dobraduras são muito bem feitas.
Não esperem desse livro (ou de qualquer outro de Roald Dahl) uma linguagem politicamente correta. Principalmente na letra das músicas que fazem parte da história. A título de exemplo reproduzo parte da canção que fala sobre o menino guloso (e gordinho): “Só pensa em comer, o gordo bobão”. Sim, tudo que pode servir de combustível para as crianças gozarem de outras e criarem apelidos. Então, é necessário conversar com a criança que está lendo/ouvindo a história para que reflita sobre isso. Mas nada que torne a obra, ao menos do meu ponto de vista, inadequada para crianças a partir de cinco anos.
Essa edição em pop-up, por ser resumida, é de fácil entendimento pelas crianças pequenas (principalmente se já conhecem a história pelo filme). Por outro lado, ficaram de fora algumas partes interessantes da história. As ilustrações são boas e as dobraduras (os famosos “pop-ups”) muito bem feitas.
Fica a dica!
Os “recortes de jornal” enriquecem a leitura.
No livro há um “cupom dourado”.
Título: A Fantástica fábrica de chocolate – Livro Pop-Up
Autor: Roald Dahl
Ilustrador: Quentin Blake
Editora: Martins Editora
Ano: 2011
N.º de páginas: 20